Na edição de Abril a Revista Kalunga destacou o meu trabalho entre os Xavante. A entrevista foi concedida à Margarete Azevedo, que fez um ótimo trabalho de edição. Segue abaixo um trecho da entreveista:
Como você observa a relação do índio com a tecnologia?
A cultura é dinâmica e incorpora coisas que são muito importantes, por exemplo, a internet e o celular. Muitas pessoas falam, "os índios agora estão usando roupas, celulares; não são mais índios". Na minha opinião, essa é uma visão equivocada. A incorporação dessas tecnologias ajuda não só na manutenção de sua cultura, como também na sua sobrevivência. A internet auxilia na comunicação entre as aldeias. Não podemos esquecer que existem 220 etnias indígenas no Brasil. Os índios não são iguais. São povos diferentes com cultura e línguas faladas diferentes. No total são 180 línguas; eles não têm uma língua comum.
Qual o desafio dos líderes para manter as tradições?
O desafio para essa nova geração é muito grande, em especial, no que se refere às Terras indígenas. Em Pimentel Barbosa, área com 329mil hectares, a devastação avança. As aldeias xavante vivem da caça; com o entorno sendo desmatado, o único lugar que sobra para a prática é a própria reserva. Fala-se que há muita terra para pouco índio, mas isso não é verdade. Os índios tem uma relação com a terra, com o meio ambiente, muito diferente da nossa.
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Cris, que ótimo! É admirável seu trabalho e um grande prazer vê-lo tão bem divulgado. Parabéns!
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