segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Entrevista Revista Sesc TV

A Revista SescTV, deste mês, fez uma entrevista com a produtora e co-diretora Cristina Flória sobre os bastidores da realização do filme Dasiwa'ubureze - nossa cultura.

Clique aqui, acesse a Revista online

Estreia dia 30/01 no Sesc TV


Documentário Dasiwa'uburéze - nossa cultura

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Documentário

Dasiwa'uburéze - nossa cultura
em breve no Sesc TV!!!!


documentário com o conselho dos anciões da Aldeia
Xavante Pimentel Barbosa

Herdeiros de uma tradição milenar, guardiões da memória dos antigos.



Direção

Cristina Flória e Wagner Pinto


Coordenação na Aldeia

Tsuptó Xavante


Imagens

Lincon Xavante

Romeu Xavante

Alex Santos

Denilson Belezi

Tamara Ka


Edição

Estevão Tutú Nunes


Animações

Binho Dias

Desenhos

Dionísio Xavante


Produção

A 2.0 Produções Artísticas


Realização

SESC TV

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

MULHERES DO MUNDO


"Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida,
removendo pedras e plantando flores".
Cora Coralina


"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta,
não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
Cecília Meireles


"Aos 40 anos, a mulher está longe de ser fria e insensível;
mas ela sabe, quando necessário, cobrir o fogo com as cinzas."
Mary Wortley Montagu

domingo, 25 de março de 2012

Mulheres Xavante de Etenhiritipa


Os A'uwê - Povo guerreiro. Mantém sua história na memória e com a palavra transmitem de geração a geração seus conhecimentos ancestrais. Vieram do lugar onde começa o céu, da raiz do céu, onde o sol nasce.

Somam aproximadamente 13 mil pessoas distribuídas em cerca de 180 aldeias no estado do Mato Grosso, num ambiente de cerrado, no Centro-Oeste do Brasil nas Terras Indígenas Pimentel Barbosa, Areões, Marechal Rondom, Parabubure, Sangradouro, São Marcos e Marãiwasede.

Conecidos por Xavante, os A'uwê Upatabi - Povo Verdadeiro, como se autodenominam, falam a língua A'uwê da família linguística Jê, pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê.

Na denominação genérica índios está oculta, na verdade, a rica diversidade cultural que existe no Brasil. São cerca de 220 povos indígenas, aproximadamente 170 línguas faladas, uma população de cerca de 450 mil pessoas. Nosso país pode se dizer o único no mundo, com aproximadamente 50 povos que nunca tiveram contato com a sociedade envolvente.

Cristina Flória


sábado, 24 de março de 2012

Amor Bondade - Metta


Sutta Nipata I.8
Karaniya Metta Sutta
Amor Bondade

Somente para distribuição gratuita.
  
Quem é hábil no que é benéfico, desejando alcançar
aquele estado de paz, age assim:
capaz, correto, honrado,
com a linguagem nobre, gentil e sem arrogância,
Satisfeito e fácil de sustentar,
sem ser exigente por natureza, frugal no seu modo de vida,
os sentidos acalmados, sábio,
moderado, sem cobiçar ganhos.
  
Não faz nada, mesmo que trivial,
que seja condenado pelos sábios.
Pense: felizes, seguros,
que todos os seres tenham os corações plenos de bem-aventurança.
Todos os seres vivos que existem,
fracos ou fortes, sem exceção,
compridos, grandes,
médios, curtos,
sutis, grosseiros,
Visíveis e invisíveis,
próximos e distantes,
nascidos e por nascer:
que todos os seres tenham os corações plenos de bem-aventurança.
Que ninguém engane
ou despreze outrem, em nenhum lugar,
ou devido à raiva ou má vontade
deseje que alguém sofra.
  
Tal qual uma mãe, colocando em risco a própria vida,
ama e protege o seu filho, o seu único filho,
da mesma forma, abraçando todos os seres,
cultive um coração sem limites.
Com amor bondade para todo o universo,
cultive um coração sem limites:
Acima, abaixo e em toda a volta,
desobstruído, livre da raiva e da má vontade.
  
Quer seja parado, andando,
sentado, ou deitado,
sempre que estiver desperto,
cultive essa atenção plena:
a isto se denomina uma morada divina
no aqui e agora.
  
Sem estar aprisionado pelas idéias,
virtuoso e com a visão consumada,
tendo subjugado o desejo pelo prazer sensual,
ele não mais renascerá. 

domingo, 17 de abril de 2011

História do Tempo da Escuridão

As histórias, os mitos, do povo A'uwê, como se autodenominam os Xavante, são as narrativas ancestrais de um tempo de todas as criações.

A arte da oratória tradicional que os povos indígenas cultivam, principalmentes as pessoas mais velhas das comunidades, são geradas a partir de um conhecimento que é comum, patrimônio de um povo.

Compartilho os mitos do tempo da escuridão, da criação da lua e do sol, que fazem parte da Tradição do povo A'uwê, e que estão compilados no Livro Wamrême Za'ra - Nossa Palavra: mito e história do povo Xavante, que participei da coordenação e produção, pesquisa e fotografias.

Rómraréhã Rówasu'u

Eu vou contar.
Antigamente o povo A'uwê vivia na escuridão.
Antes da lua. Antes do sol.

Os wapté (adolescentes em reclusão) estavam assando ovos de ma (Ema). Comendo. Wapté tem respeito, dizem a verdade entre si.
- Como vocês quebraram ovos de ma?
- Nós quebramos batendo com os ovos no peito.
- Eu não acredito.
- É verdade! É verdade.
Eles não falaram a verdade.
Ovos de ma assados são muito quentes. É muito quente! Por isso eles inventaram...
Mesmo não acreditanto, o wapté bate com o ovo no peito. Então quebra.
Ele grita de dor.
- Asu ruru... Asu ruru...
Corre para o rio. De mão fechada. Grita de dor. Está gemendo.
Ele se joga na água para esfriar o peito. E fica rolando, rolando na água escura. Até no fundo da água.
Ele melhora, fica em pé.
Ele se transforma em lua.
A lua é branca. Brilha. Brilha como ovo de ema.
É assim que surgiu a lua.

Os wapté brincavam no lago.
Brincando de pular na água no pu (lago). Como os meninos brincam.
Decidiram subir nas árvores.
Começaram a brincar e subir em árvores.
- Em que árvore vocês estão subindo?
- Estamos subindo naquela árvore. Estamos subindo no uiwede (palmeira de buriti).
Ele vai subindo, subindo, subindo, muito alto.
É duro! Muito difícil!
A barriga cresce, aumenta. Ele faz muita força.
Estava planejado...
O ânus dele foi crescendo. Formando-se redondo, grande, quente.
Vai crescendo o ânus do wapté. Sai do corpo dele, de uma vez.
Fica fixo, brilhante no céu.
Vermelho, grande. Como quando está amanhecendo o dia. Vermelho e grande no céu.
Tão bonito!
Ele se tornou o sol. O verdadeiro sol.
É assim.
Ãné!


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Editora Senac SP - Wamrême Za'ra